Sexualidade

Vulvodínia!? O que é isso???

Olá queridas!

Estou animadaaaa pois estou voltando a postar textos aqui para vocês depois de um bom tempo!

Um dos motivos da minha volta é que venho percebendo o aumento expressivo de casos de Vulvodínia aqui na Clínica, e apesar de algumas terem vindo por indicação de Ginecologista ou Nutricionista, muitas mulheres têm chegado totalmente perdidas sobre o que pode estar acontecendo com elas. Diante disso, achei importante explicar mais sobre esse problema que afeta tanto a vida dessas pessoas.

Vulvodínia!? O que é isso???

A Vulvodínia é uma condição cuja incidência vem aumentando de forma alarmante, mas ainda sim é provavelmente uma das disfunções mais desconhecidas pela população em geral.

O motivo principal desse desconhecimento é que o diagnóstico da condição é feito por exclusão, ou seja, não existe um exame específico, e muitas vezes são necessários meses e até anos para que a pessoa consiga encontrar um profissional que identifique e faça o encaminhamento terapêutico apropriado. Essa demora é a principal responsável pela intensificação de uma série de prejuízos diretos da condição (além de vários outros indiretos).

Mas o que é essa tal de Vulvodínia?

 “Qualquer tipo de dor vulvar sem causa identificável, e que persista por mais de três meses”.

Essa sensação de dor/desconforto por um período prolongado pode afetar pessoas de todas as idades e gerar um impacto significativo na qualidade de vida.

Psicologicamente: causa quadros depressivos, prejudicando a autoestima/autoimagem, e consequentemente as atividades sociais.

Fisicamente: a dor na região faz com que a pessoa contraia “involuntariamente” a musculatura da pelve/assoalho pélvico e altere a sua postura habitual, em uma tentativa de aliviar o desconforto (o que eventualmente pode originar uma Dispareunia ou um Vaginismo).

Além da dor, outros sintomas podem ser percebidos, como: ardência, “agulhadas”/pontadas, coceira e/ou queimação.

Como essas sensações podem ser percebidas?

  • Elas podem ser pontuais (apenas no clitóris, vestíbulo…), gerais (na vulva toda) ou mistas (que é geral com pontos de maior intensidade);
  • Podem ser provocadas (exclusivamente) pelo contato (toque ou contato com objetos/tecido na região), serem espontâneas (surgem sem causa aparente) ou de maneira mista (se alternando);
  • A sensação pode se manifestar de maneira imediata (logo em seguida do contato) ou atrasada (surge algum tempo depois);
  • A duração pode ser momentânea (só no momento do contato), persistente (fica por um tempo após o contato), intermitente (que vai e volta), constante (fica direto).

Existem vários fatores que podem causar a Vulvodínia, entre eles os mais comuns são: infecções ou inflamações recorrentes (urinárias ou vaginais, como a candidíase), alterações hormonais, condições músculo esqueléticas (disfunções articulares/musculares na região da pelve/assoalho pélvico), compressões nervosas/neuropatias, dores crônicas, entre outros. Além disso, hábitos de vida inadequados (ansiedade, estresse, alimentação, higiene, etc) também podem causar ou facilitar o surgimento da condição.

Para a realização do tratamento, uma vez que a condição tem causas bastante diversas, o ideal é que a pessoa seja acompanhada por uma equipe multiprofissional composta por: Ginecologista (especialista em sexualidade e/ou patologias vulvares), Psicólogo, Nutricionista e Fisioterapeuta Pélvica.

Vale lembrar que a Vulvodínia é uma condição diagnosticada por exclusão, e frequentemente é causada por mais de um fator, que dificulta o seu tratamento e impede a criação de um protocolo terapêutico para todas as pessoas. Para cada paciente, é necessário realizar ajustes, fazendo combinações e modificações de acordo com a necessidade de cada um.

O ideal seria que pessoas que apresentem sintomas de dor vulvar procuram inicialmente uma Ginecologista ou uma Fisioterapeuta Pélvica (especialistas no assunto). Em qualquer um dos casos, o profissional capacitado saberá indicar a melhor forma de proceder para a paciente. Nos casos em que a pessoa procura inicialmente um profissional de Fisioterapia Pélvica, normalmente receberá a recomendação de procurar um ginecologista apropriado a fim de consolidar o diagnóstico.

O profissional de ginecologia irá solicitar uma série de exames para exclusão de causas potenciais. Após a eliminação de todas as possibilidades e estabelecido o diagnóstico de Vulvodínia, o tratamento é iniciado através do uso de comprimidos orais (antidepressivos e/ou relaxantes musculares) e pomadas formuladas especificamente para o paciente.

A partir desse ponto, dependendo do quadro e das causas estimadas da condição, podem ser introduzidos os profissionais de psicoterapia para lidar com as questões de depressão, ansiedade, etc, e um nutricionista para lidar com questões ligadas a hábitos alimentares (quando for o caso).

De um jeito ou de outro, o uso de medicamentos, o acompanhamento psicológico e/ou nutricional, podem apenas controlar os sintomas, mas não tem efeito sobre as alterações posturais e os prejuízos causados na musculatura do assoalho pélvico (MAP).

A Fisioterapia Pélvica deve acompanhar o processo desde o começo. Inicialmente, o objetivo é acelerar a recuperação da qualidade de vida através da dessensibilização vulvar, aliviando dores e retificando alterações posturais. Conforme a evolução do quadro, é realizada a reabilitação da MAP para eliminação de pontos de dor e tensão.

Quando os prejuízos na MAP não são endereçados, podem facilmente originar uma Dispareunia (que causa dor intensa durante a penetração vaginal), ou que pode se agravar e se tornar um Vaginismo (“travamento” da musculatura do assoalho pélvico que impede a penetração vaginal).

Espero que tenha esclarecido muitas dúvidas, mas se ainda tiverem alguma, podem escrever aqui nos comentários!

bjs 😉😘

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